“Apesar de todas as contradições, exterminações em massa e retrocessos, a história avança criando cada vez mais complexidades e níveis mais altos de organização. Não só. Ela se acelera cada vez mais. Senão vejamos:
Para deflagrar a primeira grande revolução, aquela agrícola do neolítico, entre 10 e 12 mil anos passados, o ser humano precisou de 2,6 milhões de anos de acumulação de experiências e de habilidades, seja como coletor de frutos da natureza, seja como caçador-predador. Foi quando surgiu no plioceno o homo habilis. Até a revolução urbana, passaram-se 3 mil anos. Até a revolução pastoril 1000 anos. Até a revolução mercantil 700 anos. Até a revolução industrial 300 anos. Até a revolução termonuclear 150 anos. Até a revolução da informação/comunicação apenas 5 anos (1950 com a decifração do código genético). Simultaneamente começou a surgir o processo de planetização (o rápido surgimento do mercado mundial e as interdependências políticas e culturais) que significa possivelmente a última grande revolução terrenal: a planetária, com a criação de uma sociedade mundial, com uma consciência da unidade da espécie humana e de seu destino comum. Sem definições étnicas, raciais e regionais excludentes será, enfim, a Civilização da Humanidade.
Para onde nos conduz esta crescente aceleração? Para um fim trágico da biosfera ou para um patamar novo da hominização? Estas são as perguntas que tantos e tantos, entre perplexidade e esperança, fazemos.” (Leonardo Boff – O Despertar da Águia, Ed. Vozes)
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